segunda-feira, junho 27, 2005

Espantoso!

Sei que sou um razoavel cozinheiro mas hoje transcendi-me! Sem saber como nem porquê, fiz um esparguete fabuloso!!!!!!
E o mais estranho é pensar que fiz tudo igual às outras 70.000 em que cozinhei esparguete. Vá-se lá entender...

segunda-feira, junho 20, 2005

O Céu

Christopher, um miúdo de 15 anos, autista, conta:

«Na escola, a Professora Forbes disse que quando a mãe morreu, foi para o Céu. Isto porque a Professora Forbes é muito velha e acredita no céu. Ela usa calças de fato-de-treino, porque diz que são mais confortáveis do que as calças normais, e uma das pernas dela é ligeiramente mais curta do que a outra por causa de um acidente de motocicleta.
Mas, quando a mãe morreu, ela não foi para o Céu, porque o Céu não existe.
O marido da Professora Forbes é um vigário, chamdo Reverendo Peters, e às vezes ele vem à nossa escola falar connosco, e eu perguntei-lhe onde era o Céu e ele Respondeu: – Não fica no nosso universo. É um outro tipo de lugar completamente diferente.
Às vezes, quando está a pensar, o Reverendo Peters faz uns estalidos com a língua. Ele fuma cigarros, que se podem cheirar no hálito dele, e eu não gosto disso.
Eu disse que não havia nada fora do universo e que não existia outro tipo de lugar completamente diferente. Só que pode existir, se atravessarmos um buraco negro, mas um buraco negro é aquilo que se chama uma Singularidade, o significa que é impossível descobrir o que está do outro lado, porque a gravidade de um buraco negro é tão forte que até as ondas electromagnéticas, como a luz, não conseguem sair dele, e é através das ondas electromagnéticas que nós obtemos informações acerca das coisas que estão muito longe. E se o Céu estivesse do outro lado de um buraco negro, os mortos teriam de ser disparados para o espaço dentro de foguetões, para lá chegarem, e isso não acontece, senão as pessoas dariam por isso.
Acho que as pessoas acreditam no Céu porque não gostam da ideia de morrer, porque querem continuar a viver e não gostam de pensar que outras pessoas irão morar na sua casa e que irão deitar fora as suas coisas.
O Reverendo Peters disse: – Bem, quando eu digo que o Céu é fora do universo, na verdade isso é só uma maneira de falar. Acho que aquilo que realmente significa é que elas estão com Deus.
E eu ripostei: – Mas onde é que está Deus?
E o Reverendo Peters disse que devíamos falar acerca disto noutro dia, quando ele estivesse com mais tempo.
Aquilo que realmente acontece, quando morremos, é que o nosso cérebro pára de funcionar e o nosso corpo apodrece, como aconteceu com o Rabbit, quando ele morreu e nós o enterrámos no fundo do jardim. Todas as moléculas dele dividiram-se em outras moléculas, foram para debaixo da terra, foram comidas pelos vermes, foram absorvidas pelas plantas e, se daqui a 10 anos escavarmos no mesmo sítio, não restará nade dele a não ser o esqueleto. E daqui a 1000 anos até o esqueleto terá desaparecido. Mas não faz mal, porque agora ele faz parte das flores, da macieira e do espinheiro-alvar.
Quando as pessoas morrem, elas são muitas vezes colocadas dentro de caixões, o que significa que, durante muito tempo, não se misturam com a terra, até a madeira do caixão apodrecer.
Mas a mãe foi cremada. Isto significa que foi colocada dentro de um caixão, queimada, pulverizada e transformada em cinzas e em fumo. Eu não sei o que acontece às cinzas e não pude perguntar no crematório, porque não fui ao funeral. Mas o fumo sai pela chaminé para o ar e às vezes eu olho para o céu e penso que existem moléculas da mãe lá em cima, ou nas nuvens por cima de África ou do Antárctico, ou a caírem sob a forma de chuva, nas florestas tropicais do Brasil, ou algures, sob a forma de neve.»

Em «The Curious Incident of the Dog in the Night-Time»
(O estranho caso do cão morto) de Mark Haddon

sábado, junho 18, 2005

1977

Realmente há coisas curiosas…

Tenho o «AM-FM» quase desde que saiu. Mas devido à enorme quantidade de música que ultimamente tem entrado cá em casa apenas lhe dei uma ouvidela rápida e descuidada.
Ora desde ontem à noite que estou “grounded”. Tive treino e fiz uma rotura muscular. Se este tipo de coisas por um lado obviamente nos limita (e doem como o caraças!), por outro lado, de um momento para o outro deixam-nos num imenso oceano de tempo livre. Assim sendo passei hoje o dia todo dividido entre duas actividades: pôr gelo no musculo e música nos ouvidos.
Uma das várias audições que tinha de pôr em dia foi exactamente esta, a do CD dos Gift. Não sendo o meu disco preferido, há nele várias pérolas e talvez devido à melancolia que por vezes as dores nos trazem, de repente vi-me agarrado a esta canção: «1977».

E senti-me transportado para o ano em questão, o ano dos meus 17!
Mas não, não foi um ataque de nostalgia. O que as repetidas audições que fiz da canção tiveram em mim foi um efeito engraçadíssimo: uma boa disposição e um descontraimento que julgava não possível devido ao meu estado e à revolta que sempre sinto contra a dor física. Ouvi-a inúmeras vezes! Se fosse um disco de vinilo a faixa estaria agora muito mais gasta que as outras.
Embora a dor nos gémeos não tenha passado mora nos meus lábios um “baita” dum sorriso que não posso deixar de pôr aqui. Cá vai ele: :)

Aos The Gift, obrigado pelo sorriso.



P.S. 1 – Fiquei a saber que algumas das pessoas que frequentam estes cantos se interrogam sobre a minha idade. Ora não há motivo para nenhum mistério! Tenho 44; nasci a 2 de Julho de 1960.
E pronto, tá revelado! Ah, já agora, para os mais distraídos: tenho 44… agora! Porque daqui a uns dias deixarei de os ter ;)

P.S. 2 – Para quem ouvir o «1977» aceitam-se apostas sobre qual será a canção que se segue. É fácil, muito fácil… eh eh!

P.S. 3 – Logicamente a canção está no mLog.

terça-feira, junho 14, 2005

Cinema

Filmes que ficaram.
Não são escolhas cinéfilas. Antes sim, pessoais.
Estou totalmente de acordo que muitas destas obras jamais figurarão em qualquer compêndio da 7ª arte. Não foi essa a intenção quando as juntei. Como disse, são filmes que por um motivo ou outro me marcaram.
Qualquer coisa pode fazer a diferença: o mais belo par de mãos que vi no cinema (O Mistério de Oberwald); a abjecta traição à infância (Um Mundo Perfeito); o contacto com o génio (Amadeus); os submundos de nós (Veludo Azul); o mundo masculino (Alta Fidelidade) ou a esperança do amor onde seria mais improvavel tê-la (Leaving Las Vegas*).
Certamente que me terei esquecido de algum. Se me lembrar ou se aparecer uma nova obra, acrescentá-la-ei em qualquer altura.
Para já, os que há estão aqui.
Ah! Estão listados por ordem alfabética, não por qualquer espécie de preferência.

* Recuso-me a escrever o titulo que lhe foi dado em Portugal.

domingo, junho 05, 2005

Despertares

Há pessoas que acordam mal dispostas e entediadas, como se logo ali o mundo lhes devesse alguma coisa. E o que me atordoa ainda mais é o facto delas se gabarem disso como se fosse uma proeza ou algo que as diferenciasse positivamente...

quarta-feira, junho 01, 2005

Lisboa, Aula Magna, 31mai2005, 21:30h: Uma noite inesquecível

ANTONY & THE JOHNSONS in concert

IVA vai aumentar;
Medidas para combater défice são insuficientes;
Trabalhadores de empresas falidas concentram-se em Lisboa;
Ex-director do FBI diz ser «Garganta Funda»;
Municipais da Faixa de Gaza adiadas sine die;
Noruega: Doença do legionário causa 6 mortes e 38 infectados;
Submarino chinês incendeia-se no mar do sul da China

Este é o mundo.
Mas… perdoam-me pelo meu egoísmo e deixam-me ficar no concerto por mais algum tempo?
É certo que já terminou mas quero continuo lá dentro.