segunda-feira, agosto 20, 2007

Aos amigos

Amo devagar os amigos que são tristes
com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados,
fechando os olhos,
com os livros atrás a arder
para toda a eternidade.

Não os chamo,
e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
- Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão.

Herberto Hélder

Para nós, o tempo acaba.

Tudo tem o seu propósito.
E quase sempre os desígnios têm um final. Há um nascimento, um tempo de vida e um fim.
Não sou capaz de afirmar com absoluta certeza que o tempo deste blog terminou. Sei sim que neste momento a sua existência não faz sentido. Como tal, por agora, vou dá-lo como terminado.
Embora não ficando desactivado, o “Lugar de Silêncio” acaba aqui. Deixo-o no ciberespaço até que as memórias dos computadores, um dia, o esqueçam.
Agradeço profundamente a todos os que, duma maneira ou de outra, contribuíram para que a sua existência fizesse sentido enquanto ele viveu.

O último post será o poema do Herberto Hélder de onde veio o nome deste blog.

No fim, um sorriso.