Civilização…
…ou, um não muito vulgar conto de Natal.
Um amigo meu que vive na Suécia há cerca de 5 anos conta a seguinte e verídica história: nos seus primeiros tempos em Estocolmo logicamente conhecia mal a cidade, os transportes, etc., etc. Por sorte (ou talvez não), um colega dele de faculdade, no seu trajecto matinal, passava perto do hotel onde, na altura o meu amigo vivia. Assim sendo prestou-se a dar-lhe boleia todos os dias. A única condição que pôs, foi que o meu amigo estivesse pronto a horas, quer para não estar à espera mal estacionado (coisa que na Suécia dói!), quer também porque ele, o sueco, gostava de chegar cedo. O meu amigo prontificou-se e cumpriu sempre.
No primeiro dia, quando chegaram à universidade havia pouquíssimos carros no parque de estacionamento. Era muito cedo e o enorme parque encontrava-se quase vazio. Então o sueco fez uma coisa estranha: mesmo tendo lugar à porta, tão à porta que lhes bastariam meia dúzia de metros para a alcançar, ele estacionou o carro o mais longe que pode: praticamente no extremo oposto. O meu amigo, como talvez qualquer um de nós, achou aquilo estranho; mesmo assim resolveu não fazer nenhum comentário.
Só que no dia seguinte e nos outros que se seguiram aconteceu sempre o mesmo. O sueco deixava o carro longíssimo. Ora o bom do meu amigo, muito intrigado e já um pouco mais à-vontade com o outro, um dia resolveu-se, e, enquanto caminhavam do carro para a porta, perguntou-lhe qual o motivo daquela, para ele, bizarra escolha de local de estacionamento.
O sueco, primeiro pareceu ficar surpreendido com a pergunta, mas depois, num tom quase paternal, explicou-lhe:
– Repara, nós chegamos cedo, por isso temos tempo para andar esta distância a pé. Quem chegar atrasado vai ficar muito feliz por encontrar lugares à porta em vez de ter de correr afogueado todo este espaço. Faz sentido, não faz?
Pois é… faz sentido, faz.
Bom Natal para todos.
Um amigo meu que vive na Suécia há cerca de 5 anos conta a seguinte e verídica história: nos seus primeiros tempos em Estocolmo logicamente conhecia mal a cidade, os transportes, etc., etc. Por sorte (ou talvez não), um colega dele de faculdade, no seu trajecto matinal, passava perto do hotel onde, na altura o meu amigo vivia. Assim sendo prestou-se a dar-lhe boleia todos os dias. A única condição que pôs, foi que o meu amigo estivesse pronto a horas, quer para não estar à espera mal estacionado (coisa que na Suécia dói!), quer também porque ele, o sueco, gostava de chegar cedo. O meu amigo prontificou-se e cumpriu sempre.
No primeiro dia, quando chegaram à universidade havia pouquíssimos carros no parque de estacionamento. Era muito cedo e o enorme parque encontrava-se quase vazio. Então o sueco fez uma coisa estranha: mesmo tendo lugar à porta, tão à porta que lhes bastariam meia dúzia de metros para a alcançar, ele estacionou o carro o mais longe que pode: praticamente no extremo oposto. O meu amigo, como talvez qualquer um de nós, achou aquilo estranho; mesmo assim resolveu não fazer nenhum comentário.
Só que no dia seguinte e nos outros que se seguiram aconteceu sempre o mesmo. O sueco deixava o carro longíssimo. Ora o bom do meu amigo, muito intrigado e já um pouco mais à-vontade com o outro, um dia resolveu-se, e, enquanto caminhavam do carro para a porta, perguntou-lhe qual o motivo daquela, para ele, bizarra escolha de local de estacionamento.
O sueco, primeiro pareceu ficar surpreendido com a pergunta, mas depois, num tom quase paternal, explicou-lhe:
– Repara, nós chegamos cedo, por isso temos tempo para andar esta distância a pé. Quem chegar atrasado vai ficar muito feliz por encontrar lugares à porta em vez de ter de correr afogueado todo este espaço. Faz sentido, não faz?
Pois é… faz sentido, faz.
Bom Natal para todos.