sábado, novembro 04, 2006

Modigliani

Para o mercado de aluguer de dvd's saiu há poucos dias um filme intitulado "Modigliani".
Não sei, não se percebe, qual a intenção dos responsáveis pela obra: se nos mostrar que Modigliani era um incorrigível alcoólico; se um perverso drogado; se um mulherengo sem emenda ou ainda, se as tricas com Picasso eram estúpidas infantilidades de homens geniais. Não faço ideia e também não me interessa. O filme é mau, muito mau mesmo. É uma pena ver Andy Garcia submetido a uma execrável direcção de actores, e, mais lastimável ainda, vermos o espantoso pintor que foi Amadeo Modigliani reduzido a uma série de clichés sem nexo.

O que sobra, então...? Penso que mesmo no muito mau há sempre algo que se aproveita. Neste caso, a mim, despertou-me vontade de ver, procurar e depois saborear algo mais da obra de Modigliani. Conhecia apenas alguns daqueles nus, alguns dos seus quadros mais famosos. Não conhecia, por exemplo, o último quadro que pintou: um retrato da sua mulher, Jeanne, grávida.

Não resisti a partilhar com quem aqui vem essa mesma pintura. Na minha opinião... é absolutamente espantosa!



E também não resisto a ampliar a face. Digo-vos: fiquei tanto tempo a olhar para ela! É TÃO BONITA, NÃO É?



Segundo o filme, ele, Modigliani terá dito um dia a Jeanne que só lhe pintaria os olhos quando lhe conhecesse a alma.
Grande alma tinha Jeanne e grande pintor foi Amadeo Modigliani.

11 Comments:

Blogger Cláudia Cunha said...

Bonito quadro, foot! Não o conhecia... e sei muito pouco da vida de Modigliani! Despertaste-me a curiosidade! Beijo.
P.S. - Só hoje reparei que voltaste à acção... ;-)

2:52 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não sei muito da vida de Modigliani, mas ficou a semente.

Quanto à Jeanne não diria bonita... talvez uma fusão de candura, generosidade e força que culminam num misto de lindos traços misteriosos... É fácil perceber o amor que Modigliani lhe dedicava.

A representação perfeita do amor, ou como alguns lhe chamam, a famosa necessidade ser a alma do outro.

Beso

9:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

* de ser

escapou-me o de... :)

9:54 da tarde  
Blogger Rui Barroso said...

Cláudia: andas distraída ;)
Mas sim, descobre-o que vale a pena!
Beijo pra tu

Nes: quando disse bonita não me referia apenas às linhas do rosto (embora também as ache). Era muito mais do que isso! Alguns dos predicados já tu te encarregaste de os descrever :)

Beijo pa ti

11:50 da manhã  
Blogger Sofia.S said...

Não conhecia essa pintura. Terei de ver "mais ao vivo"...

Vim cá dizer-te que sou fã de Tom Waits mas sim, também ouço Guns e tantos outros. Quando se vive rodeado de sonoridades, há sempre aquelas que nos marcam mais, muitas vezes não pela musica, mas pelo seu significado que se mistura com pessoas, cheiros, momentos.


:)
Voltarei para te ler melhor.

2:06 da tarde  
Blogger Adelaide Bernardo said...

É pena que os quadros do filme sejam apenas ficcionais mesmo. E realmente o filme deixa bastante a desejar...

6:36 da tarde  
Blogger viveremsegredo said...

é o olhar...

3:22 da tarde  
Blogger Rui Barroso said...

Sofia.S: vê sim. vale a pena!
E quanto à música, é verdade que sim. Por vezes acontece algo na altura em que está um qualquer som no ar e passamos a associá-lo mesmo não gostando particularmente dele.
Obrigado pela visita e volta sempre!

*

Dinai: é verdade isso que dizes? Se assim for é um ultrage! É inqualificável fazer-se uma obra assumidamente auto-biográfica e deturpá-la a esse ponto. Que tristeza, parece que já vale mesmo tudo...
Realmente eu andei à procura dele no www.art.com e não estava lá, só que como eles não têm tudo pensei que fosse uma falha, apenas. Agora, depois do que dizes, entende-se que não o tenham.
Ainda assim, continuo a gostar (adorar) o quadro! Só é pena tudo o resto.

*

viver em segredo: tal como já te disse, sou da mesma opinião - é o olhar. E nem vou dizer aqui mais nada sobre ele porque a nes já o descreveu na perfeição.

*

12:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pois eu vinha comentar...vi o quadro no outro dia...mas agora visualizo apenas um anuncio!!! :S
Não conheço MOdigliani. É uma pena que o filme seja tão mau.
Vi uma vez um filme de Frida Kalo, na altura era me desconhecida. Mas através do filme apaixonei-me por Frida e a sua pintura...esteve uma exposição dela em Portugal há pouco tempo a qual não me passou ao lado!!!
Quanto à pintura que visualizei eu diria que para além dos olhos, há a boca que transmitia uma doçura, candura...

Cumprimentos Foot :)

9:56 da tarde  
Blogger Mia said...

Uau! :)

10:02 da manhã  
Blogger Ivo Rafael Silva said...

Uma opinião é sempre uma só opinião e vale aquilo que vale. No cinema, como de resto, em muitas outras coisas. No entanto, este post sobre o filme Modigliani não me poderia deixar indiferente.

Infelizmente vivemos numa era em que para os "comuns" cinéfilos ou para os espectadores domésticos do produto cinematográfico, os filmes são "bons" se forem passíveis de serem "encaixados" numa gaveta temática ou se forem rotulados por ser de cariz A, B ou C. E isto, aplica-se na excelência a este filme e a esta opinião em concreto. E porquê?

Acima de tudo porque não foi percebido ou não foi atendida a nota introdutória que diz mais ou menos isto: "Este filme não é biográfico, as obras de arte não foram plagiadas de originais nem se pretendeu que tal acontecesse." Pois bem... ora, daqui há a tirar que, das duas uma, ou se ignorou que este drama é uma ficção e ponto, ou então ignorou-se o propósito e resolveu-se agora de forma algo pirotécnica, descobrir "inverdades históricas".

Escreveu que:"Não sei, não se percebe, qual a intenção dos responsáveis pela obra: se nos mostrar que Modigliani era um incorrigível alcoólico; se um perverso drogado; se um mulherengo sem emenda ou ainda, se as tricas com Picasso eram estúpidas infantilidades de homens geniais."
Eis aqui a mais elucidativa passagem acerca do que acima referi. Nem se percebeu o propósito nem se atendeu à "ponderação" de juízo.

Em segundo lugar quando se opina sobre cinema nunca se tem em atenção que na sétima arte, assim como noutras áreas de expressão artística e criativa, não tem de haver imperativamente quaisquer padrões do "real", do "factual", do existente!

O que há neste filme é a vontade criativa de um realizador, inspirado pela vida de um pintor célebre, em unir numa película duas coisas... Arte e Amor!

A questão que eu coloco é porque é que perante uma obra cinematográfica com uma mensagem tão simples e tão clara, se colocam tantos "porquês", tantos "mas", tantos "senãos"...

Depois disto resta-me apenas resumir a minha opinião acerca do filme: Modigliani é um excelente drama de ficção. É uma película romântica com uma fantástica banda sonora e que me impressionou bastante. Em duas palavras, sem "mas", "Arte e Amor".

8:04 da tarde  

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