Fim do Alemanha2006
Acabou o mundial.
O pessoal da selecção voltou a casa e foram recebidos como vencedores, como heróis até.
Logo se levantaram e fizeram ouvir vozes de pessoas a erguerem-se contra este tipo de recepção a uma equipa que, em verdade, nada ganhou, nem sequer uma medalha. Dizem, não se devem premiar vencidos. Dizem, o segundo lugar é o primeiro dos últimos, quanto mais o quarto. Dizem, é por nos premiarmos desta forma que não deixamos nunca de ser os “loosers” que, como país, nos sentimos ser.
Algumas considerações sobre nós e sobre o mundo do futebol.
Somos pequenos. Somos uma nação pequena, com pouca gente, pouco influenciadora e pouco significante no mundo actual. Temos pouco ou nenhum poder. O género de país como o nosso, não tendo investido na ciência/tecnologia como fez a Irlanda, como se poderá evidenciar nos dias que correm? Só me ocorrem duas respostas: artes e desporto.
Deixando uma eventual abordagem às artes para outra altura e debruçando-me sobre o desporto, futebol em particular, há certas ideias que gostaria de deixar aqui.
Alguém tem ilusões sobre o quão importante é o poder neste negócio? Sim, porque quem não classificar o futebol profissional como negócio (de milhões!) certamente andará muito distraído… E que força temos nós, Portugal, nestas andanças? A minha resposta: pouquíssima! Apenas não digo nenhuma porque o facto de termos jogadores nos mais poderosos clubes do mundo e de há poucos anos Luís Figo ter sido votado como melhor jogador do planeta nos dá um pouco mais do que países como Costa Rica, Equador ou afins.
Perguntarão: e depois? Qual a influência? É necessário ser-se poderoso para ganhar jogos de futebol? Não bastam bons jogadores, uma boa equipa? Resposta: não, não basta! As estruturas destes meandros não estão montadas para que um pequeno ganhe. O interesse em que isso aconteça é nulo. É zero!
Lembro-me dum árbitro português, depois de se retirar, afirmar que no nosso campeonato, quando dirigia um jogo dum dos três grandes, Benfica, Sporting ou Porto contra um qualquer outro clube mais pequeno, em caso de dúvida apitava a favor do grande.
Se nós, na nossa pequenez, somos lineares como foi este árbitro, a um outro nível, por exemplo num campeonato do mundo, há formas mais sofisticadas de puxar para cima alguns e empurrar para baixo outros.
Não fomos mais longe por causa de arbitragens? Depois do que disse acima, é justo que se ponha a questão. A minha resposta é: não, não fomos mais longe por causa de arbitragens.
Não que tenha havido roubos de catedrais. Claro que não! Tais “erros” são próprios de incompetentes e a nata da nata da arbitragem raramente cai em esparrelas dessas. Só que… é influenciável. É humana! Erra, quase direi, naturalmente para o lado do mais forte. Pequenos erros - sim, porque se cometessem grandes erros não estariam na elite - mas mesmo assim, erros que podem deturpar resultados. Em linguagem do futebol chama-se “inclinar o campo”.
Na minha opinião isto foi notório em alguns encontros que disputamos, dos quais alguns até ganhamos. Para um pequeno e pobre país ser campeão do mundo não basta ser-se bom. Nem sequer basta ser-se melhor que os outros: é necessário ser-se… muito melhor! Querem exemplos? Vejam quantos pequenos países foram campeões do mundo. Para quem não sabe, poupo o trabalho da pesquisa; a resposta é zero. Nenhum. Nunca! E já houve equipas tão boas, tão boas…
Por assim ser e por terem também sentido pressões que outras selecções não sentiram, por a dada altura terem quase que o mundo contra eles, que gostaria de deixar aqui o meu tributo a todos os membros desta equipa. O que eles fizeram, o quarto lugar num campeonato do mundo de futebol, é algo extremamente difícil para um pequeno país! Mais difícil que o segundo lugar num campeonato da Europa quando se foi país organizador. Muito mais!
Assim sendo:
OS MEUS PARABÉNS PARA A SELECÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL! BRAVO!
O pessoal da selecção voltou a casa e foram recebidos como vencedores, como heróis até.
Logo se levantaram e fizeram ouvir vozes de pessoas a erguerem-se contra este tipo de recepção a uma equipa que, em verdade, nada ganhou, nem sequer uma medalha. Dizem, não se devem premiar vencidos. Dizem, o segundo lugar é o primeiro dos últimos, quanto mais o quarto. Dizem, é por nos premiarmos desta forma que não deixamos nunca de ser os “loosers” que, como país, nos sentimos ser.
Algumas considerações sobre nós e sobre o mundo do futebol.
Somos pequenos. Somos uma nação pequena, com pouca gente, pouco influenciadora e pouco significante no mundo actual. Temos pouco ou nenhum poder. O género de país como o nosso, não tendo investido na ciência/tecnologia como fez a Irlanda, como se poderá evidenciar nos dias que correm? Só me ocorrem duas respostas: artes e desporto.
Deixando uma eventual abordagem às artes para outra altura e debruçando-me sobre o desporto, futebol em particular, há certas ideias que gostaria de deixar aqui.
Alguém tem ilusões sobre o quão importante é o poder neste negócio? Sim, porque quem não classificar o futebol profissional como negócio (de milhões!) certamente andará muito distraído… E que força temos nós, Portugal, nestas andanças? A minha resposta: pouquíssima! Apenas não digo nenhuma porque o facto de termos jogadores nos mais poderosos clubes do mundo e de há poucos anos Luís Figo ter sido votado como melhor jogador do planeta nos dá um pouco mais do que países como Costa Rica, Equador ou afins.
Perguntarão: e depois? Qual a influência? É necessário ser-se poderoso para ganhar jogos de futebol? Não bastam bons jogadores, uma boa equipa? Resposta: não, não basta! As estruturas destes meandros não estão montadas para que um pequeno ganhe. O interesse em que isso aconteça é nulo. É zero!
Lembro-me dum árbitro português, depois de se retirar, afirmar que no nosso campeonato, quando dirigia um jogo dum dos três grandes, Benfica, Sporting ou Porto contra um qualquer outro clube mais pequeno, em caso de dúvida apitava a favor do grande.
Se nós, na nossa pequenez, somos lineares como foi este árbitro, a um outro nível, por exemplo num campeonato do mundo, há formas mais sofisticadas de puxar para cima alguns e empurrar para baixo outros.
Não fomos mais longe por causa de arbitragens? Depois do que disse acima, é justo que se ponha a questão. A minha resposta é: não, não fomos mais longe por causa de arbitragens.
Não que tenha havido roubos de catedrais. Claro que não! Tais “erros” são próprios de incompetentes e a nata da nata da arbitragem raramente cai em esparrelas dessas. Só que… é influenciável. É humana! Erra, quase direi, naturalmente para o lado do mais forte. Pequenos erros - sim, porque se cometessem grandes erros não estariam na elite - mas mesmo assim, erros que podem deturpar resultados. Em linguagem do futebol chama-se “inclinar o campo”.
Na minha opinião isto foi notório em alguns encontros que disputamos, dos quais alguns até ganhamos. Para um pequeno e pobre país ser campeão do mundo não basta ser-se bom. Nem sequer basta ser-se melhor que os outros: é necessário ser-se… muito melhor! Querem exemplos? Vejam quantos pequenos países foram campeões do mundo. Para quem não sabe, poupo o trabalho da pesquisa; a resposta é zero. Nenhum. Nunca! E já houve equipas tão boas, tão boas…
Por assim ser e por terem também sentido pressões que outras selecções não sentiram, por a dada altura terem quase que o mundo contra eles, que gostaria de deixar aqui o meu tributo a todos os membros desta equipa. O que eles fizeram, o quarto lugar num campeonato do mundo de futebol, é algo extremamente difícil para um pequeno país! Mais difícil que o segundo lugar num campeonato da Europa quando se foi país organizador. Muito mais!
Assim sendo:
OS MEUS PARABÉNS PARA A SELECÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL! BRAVO!
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