quinta-feira, novembro 17, 2005

Perguntas (# 1)

Saímos de casa dos pais pensando que, se ou quando um dia voltarmos tudo estará e será igual. Pura ilusão. Todos os objectos podem estar tal e qual os deixamos e no entanto… tudo mudou. Nada é nem voltará nunca a ser o que foi.

E daqui para a frente? A minha pergunta refere-se a: não passaremos nós, durante toda a nossa vida a tentar, de certa forma, reaver o que perdemos?

22 Comments:

Blogger Rui Barroso said...

Still, a resposta à outra pergunta, que não esta, é: porque andava com preguiça.

Obrigado pelo abanão.

:)

2:45 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Essa pergunta não me faz sentido. Olho sempre em frente...nunca para trás ansiando recuperar o que perdi ou o que já tive. Prefiro olhar para trás com saudosismo ou alivio.
E prefiro desejar e iludir-me com o que ainda não tive :) um beijo

2:19 da tarde  
Blogger Sáurius said...

ou a tentar esquecer o que perdemos(?!) o que fomos capazes de deixar para trás (?!)

não perdi muito, ganhei imenso ...
o tempo é que foge de mim...

8:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"Nada é nem voltará nunca a ser o que foi" por muitas voltas q se dê... é a mais pura das verdades. Mas poderá ser melhor.. haja esperança :)

Vim agradecer o teu comentário e retribuir da mesma forma.

Fica bem :)

2:33 da tarde  
Blogger Adelaide Bernardo said...

Pdode-se dizer que tentamos todos encontrar um paraíso perdido e por isso tentamos voltar a essse espaço mágico da casa paterna, onde passámos a nossa infância. Afinal, é o mais parecido com o paraíso que conhecemos.

6:20 da tarde  
Blogger Clepsidra said...

A vida não tem volta nem regresso, o que se passou fez parte da nossa história, formou-nos, moldou-nos. Mas é para o futuro que vamos, para o desconhecido. O retorno ao passado é apenas um refúgio brando das amarguras presentes. Time is now...

12:44 da tarde  
Blogger a das artes said...

Subir degraus até à queda final. Isto é a vida. Mais lentos ou rápidos, amparados ou não a corrimão ou ombro, queremos subir. Porque sabemos que os degraus que passámos se gastam sob os pés. Não há retorno. Há que subir, subir, de preferência amparados por ombro amigo.

4:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Se eu tivesse as sedas bordadas do céu.
Com bainhas de luz de ouro e de prata.
As sedas azuis e sombrias e escuras.
Da noite e da luz e da meia-luz.

Deitava-as todas aos teus pés.

Mas eu sou pobre e só tenho os meus sonhos.
Deitei-os todos aos teus pés
Pisa com cuidado,
É nos meus sonhos que estás a pisar.

W. B. Yeats (tradução de Miguel Esteves Cardoso)

10:18 da tarde  
Blogger Rui Barroso said...

Agora encontro-me perante um dilema: responder a uma pessoa que não assina os comentários que faz ou dizer o que penso sobre o poema, dizendo que o poema é lindíssimo?
Que fazer?

12:35 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

talvez passemos muitas vezes a tentar reaver o que perdemos. mas acredito que passamos muito mais a lutar por um futuro que acreditamos melhor. ou pelo menos deveríamos ;)

3:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sou um homem que pensa noutra coisa (Victor Hugo)

12:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá amigo de além mar. Estou no Brasil e achei o seu Blog nesse mar de informação da Internet. É a primeira vez que visito teu BLOG mas já pude constatar o bom gosto. Sobre sua pergunta prefiro responder com um trecho de uma música brasileira:

"...e o que em algum tempo era jovem, novo, hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer..."

Abraço e voltarei mais vezes se assim for permitido.

6:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não é possível queimar uma única página da nossa vida.
Mas é possível atirar todo o livro ao lume.

3:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

caro/a "anónimo " esqueceu-se de mencionar o autor da "sua" frase , ou neste caso, a autora : George Sand. Não se nega a "maternidade" de uma citação a uma mulher desse calibre impunemente:)

zénite

2:30 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

caro/a "zénite" :
a sua noção de impunidade escapa-me.
Nunca disse que a frase era "minha", já que fiz questão de assinar "anónimo". Nem queria assinar nada mas como o blog assim o exige...teve de ser qualquer coisa. Não creio também que tenha negado a "maternidade" à autora, pois bastam 70 anos para uma obra ser do domínio público. Ela não é, portanto, já "mãe" do que disse.

e finalmente..."anónimo", "sua",
"maternidade" são palavras de português, não precisava de usar as aspas.
Mas olhe que se faz uma frase interessante com as suas aspas:
"anónimo sua maternidade".

Pense nisso.

6:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não podemos parar o tempo. Ficar presos a um passado, que não conseguimos recuperar, é pura perda de tempo. Talvez seja melhor viver o presente e tentar conquistar o futuro. E deixarmo-nos, simplesmente, embalar pelo tempo.

11:25 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Essa é, sem dúvida, uma pergunta boa para quem tem boas recordações da infância...

No meu caso, seria mais, se não passarei eu toda a minha vida a tentar esquecer o que vivi... e todo o resto da minha vida a querer ter o que não tive...

Ou seja, tudo depende das memórias que temso de certos momentos das nossas vidas... e aí vamos querendo revivê-los ou fugir deles...

A saudade só existe das coisas boas... nunca das más..

9:20 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Proust?
A La Recherche du temps perdu...
Não se pode viver do passado, pode (talvez) aprender-se com ele, embora os seus ensinamentos estejam por vezes deslocados no presente...
Somos outros, diversos são os tempos..
O futuro...é o desconhecido
Importa pois o presente. Há que vivê-lo em toda a sua plenitude.

10:09 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

reaver.. para depois fazer o quê, com o perdido?
ainda bem que se perde. menos tralha às costas.
seja o que for que tenha sido, ilusão é achar, agora, que antes nos pertencia.

6:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu vejo a construção da vida como a construção de uma parede de tijolos, se alguns ficaram por colocar, e ficam sempre..., a parede não pode suportar muito bem o futuro.
As vezes é preciso voltar atráz no presente, fazer uma pequena viagem no tempo, para colocar aquele tijolo que faltava e para que a parede seja construida robustamente...

10:25 da manhã  
Blogger Maria said...

Antes de mais, obrigada pela visita. Quanto à pergunta, acho que sim, a partir de uma certa idade, começamos à procura de emoções que já sentimos, talvez porque as da infância sejam realmente as mais importantes e marcantes... Não é à toa que se costuma dizer que os homens passam grande parte da vida à procura da mulher ideal, ou seja, uma igualzinha à sua própria mãe, talvez como o regresso ao conforto do seu colo... Quando experimentamos o óptimo, o bom já não nos satisfaz, e procuramos regressar àquela sensação, o que por vezes é simplesmente impossível...

11:40 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A Psi responder-te-ia: - Alguns... Apenas alguns... Mas somos muitos!:-)
Mas prefiro partilhar algo que um formando meu disse, aqui há uns tempos e para todos os colegas em sala, com o ar mais romântico do mundo (isto em brasileiro; vou tentar parafraseá-lo):

- "O momento mais feliz em toda a minha vida, foi quando vi Idalva [esposa] pela primeira vez! (...) Não é incrível como crescemos a defender aquilo que é "nosso", passamos a adolescência tentando expulsar nossos pais de nosso quarto, não querendo que ninguém mexa, que ninguém olhe, demarcando nosso território, nosso próprio tempo, nossas coisas, aquilo tudo que lutamos para conquistar… E, um dia, olhamos nos olhos de uma pessoa e, num segundo, nosso único e derradeiro desejo é largar tudo... tudo!, e partir com nada sem ser nós-mesmos e esse estranho a quem desejamos dar tudo de uma vez?!... E aí já nada é só "nosso-nosso", porque esse "nosso" era pouco, e agora é um nosso de dois".

PS – Ele merecia ser citado. E tu mereces a citação.

2:35 da manhã  

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